Adeus, menina.

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Eu estou tão cansada de todo mundo indo. Todos eles têm realmente uma ótima razão, mas ainda dói.
Acho que foi mais-ou-menos isso o que Giovana pensou quando ela se jogou do viaduto em baixo.

Nesta segunda-feira (1º de Abril), uma menina da minha sala se jogou do viaduto de Brotas em baixo numa tentativa de suicídio. No mesmo momento, ela entrou em coma e na noite de Terça-feira (2), ela faleceu sem deixar carta, gravação, anotação, diário, vestígio nem nada sobre o motivo dela ter se suicidado.

Muitos não entendem, estão todos muito chocados - eu também estou (por mais que eu não fosse amiga dela, não tínhamos - ao menos de meu conhecimento - nenhum problema uma com a outra. Conversávamos umas besteiras de vez em quando, "bom dia", "tem caneta?", mas nada mais íntimo). Estão chocados porque ninguém sabe. Mas fizemos hipóteses:

  • Namorado: pode ter brigado com ele, perdido ao amor, qualquer coisa...
  • Depressão: ela sempre chorava pelos cantos, ninguém sabia da sua vida...
Mas essas são as coisas que podemos deduzir pois não a conhecíamos direito. É óbvio que no colégio ela era aquela funkeira 'toda-toda', extrovertida, que dançava, conversava, etc... Mas ninguém sabe dela onde ela mora, ninguém sabe dos problemas que ela tem dentro de casa, ninguém sabe o comportamento dela habitual fora da escola então não podemos tirar mais conclusões senão estas.

Por perder de ano, todos sabemos que não foi. Muitos perderam mas continuaram numa boa. Os amigos dela, principalmente. Todos estavam bem, podiam ser da mesma sala, darem risada juntos, etc... Tudo podia continuar - tudo, se ela não tivesse feito isso.

Sinceramente, de primeira eu não acreditei. Era primeiro de Abril, gente!! Mas depois eu confirmei no face dela e no do professor e todos de luto... Dia 3 (quarta-feira) foi o seu velório e foi ali que eu pude associar tudo:
  • Sonho com carne = morte.
  • Sonho com velório no cemitério onde meu ônibus passa.
  • Morte dela.
De repente tudo fez um sentido tão grande que eu comecei a me sentir mal. Quarta não foi um bom dia, afinal.

De qualquer jeito, ô minina!!! Poxa, você pensou, você se premeditou mas você esqueceu alguns pontos, okay? Sua família? Seu irmão!!! 

Eu sei muito bem o que ela estava sentindo. Precisava de um amigo/a, de alguém que escutasse-a, entendesse-a. Precisava de ajuda, precisava de atenção. Ela só não queria assumir isso. E chegou a um ponto que ninguém podia mais ajudar - até porque ela não permitia. Ela estava certa de si. Mas estava errada pelo que fez.

De qualquer forma, vá em paz, menina. Se você for para o Elísio, pense bem nas suas atitudes nas próximas três vezes, porque se você achou que essa era a saída...

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Você errou.

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